terça-feira, 2 de setembro de 2008

Cores

Começou assim, eu estava falando com umas amigas minhas, quando uma delas falou: “Aquele teu vestido pérola ficou lindo com esse teu cabelo champagne”. E eu pensei, hein? Será que ela quer dizer que o vestido foi extraido de uma ostra, enquanto o cabelo havia sido fabricado na famosa região da França? Sem entender o que ocorria, perguntei o que diabos elas estavam falando, elas me responderam que era sobre cores, tanto do vestido quanto do cabelo. Cores pérola e champagne? Após algum tempo discutindo com elas, outras mulheres e alguns homens, eu finalmente compreendi.

Além das obviedades fisiológicas, do tratamento com homossexuais do outro sexo (elas gostam de conviver, mas não de ver em ação, eles não gostam de conviver, mas gostam de ver em ação), da resistência à dor e do gosto por novelas, eu cheguei à conclusão de que existe outra diferença entre homens e mulheres. Essa mais sutil, porém mais alarmante. A capacidade de distinguir cores. Só uma mulher consegue diferenciar bege, gelo e cru (aviso aos homens, gelo e cru aparentemente são cores de verdade). Enquanto homem macho, grosso, porco e quase neandertal que sou, não tenho a visão tão desenvolvida a esse ponto. Me sinto como aqueles velhos monitores de computador que tinham apenas 16 cores. Já as mulheres são os modernos que têm milhões.

O esquema cromático masculino funciona mais ou menos assim. Pega-se as cores básicas ( poderiam ser as do arco-íris, só que arco-íris é muito boiola), e no máximo coloca-se um adjetivo simples, como escuro e claro. Exceções são feitas à adjetivos másculos, como musgo e marinho. Já coisas do tipo rosa-bebê são completamente proibidas. A paleta feminina tem matizes assustadoras para um homem macho grosso etc..., mas nenhuma pior do que o fúcsia. Só de digitar essa palavra minha testosterona baixou um pouco. Eu não tenho a menor idéia do que vem a ser essa pseudocor, mas com um nome desses, coisa boa não é.

Concluindo, espero que a ciência em breve confirme essa minha tese, com o descobrimento do que vai ser chamado de Androdaltonismo. Mas vai acabar ficando famoso como Mal de Sandro Santos.