terça-feira, 17 de julho de 2007

O Time dos Pesadelos

Para os que não sabem eu sou gremista. E de quando em quando, em conversas de bar a gente começa a lembrar de grandes momentos da história do nosso time, dos ídolos do passado e as vezes, dos perebas...
Todos os times já tiveram jogadores vergonhosos em sua longa vida. E é divertido lembrar deles e agradecer que eles já foram embora. Nesse espírito eu decidi fazer o time dos pesadelos do torcedor gremista, o pior Grêmio de todos os tempos.
A escalação ficou assim, no 4-3-3:

1-Eduardo
Aquele que começou a temporada da série B. Esse, pra mim, é indiscutível. Podem alegar qualquer outro, eu vou ter sempre a mesma resposta: pelo menos era goleiro.
Esse cara não é goleiro, ele devia largar tudo e fazer concurso pro Banco do Brasil. Nunca vi ninguém pior jogar no gol gremista, pode ser que ele seja uma excelente pessoa, um grande pai, um ótimo amigo, mas goleiro ele não é.

Hoje esta aterrorizando a torcida do Naútico. Por coincidência, dêem uma olhada na colocação do Naútico no Brasileirão.

2-Zé Carlos
Jogador que veio pro Grêmio depois de disputar a Copa de 98. Veio cheio de cartaz e não jogou nada. Pode até ter tido piores jogadores na lateral-direita gremista, mas com fama e as expectativas que esse cara chegou e o rendimento que apresentou não há. O cara foi da seleção brasileira para o Joinville em dois anos. Mas também o que dizer de uma seleção brasileira que tinha entre os seus, Gonçalves, Júnior Baiano e Doriva?

Última vez que eu ouvi falar tava no Noroeste de São Paulo

3-Capone
Além de ser um péssimo zagueiro, o cara foi pego boqueteando um outro jogador no ônibus. Nada mais a dizer.

Não sei e nem quero saber onde esta.

4-Pablo Hernandez
O uruguaio que veio em 2002 pra ser o xerifão da zaga gremista na Libertadores. Acabou conhecido como o rei da rosca. Quando ia bater na bola enchia a torcida de medo, nunca se sabia aonde a bola ia parar. Outro da categoria "chegou pra ser titular, saiu para o ostracismo". Quando ele chegou do Defensor era para ser novo ídolo gremista. Deu no que deu.

A única informação que eu consegui dele, ou de um homônimo, é que tinha largado e se tornado parte do sindicato dos jogadores uruguaios.

6-Marcinho (vulgo Marcinho Caganeira)
Quem poderá esquecer deste ícone do futebol brasileiro. Esse cara entrou pra história do futebol ao sair de campo e dar a infame entrevista pro repórter Cristiano Silva da Rádio Bandeirantes de Porto Alegre. Pra quem não sabe ele saiu dizendo que estava debilitado porque cagara água a semana inteira, estava até tremendo.
Aqui esta o link do áudio pra quem quiser ouvir

http://www.piada.com/audio.php?i=6749&t=marcinho-caganeira

Não consegui descobrir nada do atual paradeiro dele.

5-Léo Inácio
Mais um jogador da campanha de 2004. Um daqueles jogadores que não marcava e nem apoiava. passava o jogo inteiro correndo de um lado para o outro sem fazer nada produtivo. Fiquei em dúvida sobre quem colocar estava entre ele e o Leânderson, mas o Leânderson pelo menos era prata da casa. Prata claro é figura de linguagem.

Nem idéia de onde ele anda.

8-Luciano Ratinho
Outro nome que eu queria esquecer mas não consigo. Esse Meia que veio do Corinthians por empréstimo formou uma grande dupla com o Rico, pena que não foi no Olímpico e sim na Redenção.

Está jogando no Beira-Mar de Portugal. Depois dizem que português é burro e eles ficam brabo...

10-Beto (vulgo Beto Cachaça)
Esse pode não ter sido o pior Meia da história do Grêmio, mas entra pelo critério custo-benefício. Custou uma grana e não rendeu quase nada. O Cacalo comprou ele do Nápoles por, senão me engano, 4 milhões de dólares. E o que deixou ele famoso aqui foi a sua assiduidade na noite porto-alegrense, e dizem que nunca ficava no guaraná. Curiosidade: o nome dele é Joubert.

Jogou o ano passado no Sanfrecce Hiroshima do Japão. Agora está desempregado, esperando a hora certa de largar o futebol, que já o largou faz tempo.

7-Jacaré
Ele foi artilheiro do campeonato catarinense pelo Avaí em 97, e depois disso foi disputado pela dupla Gre-nal. O Grêmio ganhou a disputa. Ou não.

Nem idéia de onde anda.

9-Abreu ( vulgo El Loco)
Contratado para ser o matador tricolor ele fez 1 gol. Isso mesmo 1 mísero gol. Mas era engraçado ver ele entrando em campo bufando. Veio do San Lorenzo, depois de passar pelo La Coruña. Foi embora depois de jogar menos de 10 vezes.

Hoje joga no Tigres do México e é ídolo. Até gol no Brasil ele andou fazendo.

11-Danlaba Mendi
Até hoje o único jogador de Gana a participar do campeonato brasileiro, Danlaba Mendi virou sinônimo de jogador ruim. Sinceramente não me lembro dele em campo, mas eu vi um treino dele e me bastou.

Nem a mãe dele deve saber onde ele anda.


Banco de Reservas:
12-Eduardo Heuser
13-Fábio Bilica
14-Dêga
15-Jacózinho
16-Jorge Mutt
17-Garcez "El Matador"
18-Rico


Técnico:
Hélio dos Anjos


Concordou? Discordou? Faça a sua "seleção" então. Do Grêmio e do Inter.

terça-feira, 3 de julho de 2007

No longinqüo ano 2000

Seguindo a série Textos Velhos( também conhecida como gordo preguiçoso), aqui vai um texto que eu escrevi pro LEIA-ME logo depois de voltar dos EUA. Lembrem-se de que os tempos eram outros, ainda haviam algumas pessoas que não odiavam os EUA. E eu era alguém muito mais jovem, inocente e idealista. Ou não. Não sei mais. Bom mais jovem com certeza. Quanto ao resto julguem vocês.




Para aqueles que não sabem volto a escrever no LEIA-ME após uma longa pausa, porque passei 8 meses nos USA. Hoje venho através deste texto compartilhar um pouco da minha experiência na terra do Tio Sam.
Fui para os EUA no começo de Novembro de 2000. Chegando eu logo arranjei emprego em uma pizzaria de motorista ou como eles chamavam Delivery Boy (que numa tradução meio livre significa: ”aquele que entrega pizza atrasada e fria”). A cidade na qual morei se chama Fort Worth e fica do lado de Dallas (isso mesmo a terra de J.R.) no Texas (só um pouquinho, acabei de me ligar o quão pré-histórico esse meu comentário deve ter soado para alguns de vocês, J.R. era o vilão da serie Dallas que dava na Globo nos primórdios dos ano 80), essa terra também é conhecida por ter sido lá que mataram o Kennedy (esse todo mundo sabe quem é né?). Mas não pensem meus amigos que o Texas se resume a um monte de cowboy fugido de propaganda de Marlboro, que namora uma loira feia mais peituda chamada Mary Sue Ellen e que na verdade é sua prima. Não, não meus amigos o Texas é muito mais do que apenas isso. Não podemos esquecer dos velhos reacionários e racistas, dos mexicanos, e os motoqueiros bêbados e tatuados. E eu entreguei Pizza a todos esses estereótipos ambulantes, sendo sempre uma experiência única e curiosa.
Com certeza a que mais me marcou foi quando eu fui entregar uma Pizza pra um sujeito que era um clone do Eufrasino (aquele bigodudo que caçava o Pernalonga), com um dos mais perfeitos “mullit” que eu já vi, e olha que eu estava num lugar onde o “mullit” é uma prática aceita e em alguns extremos até bem vista. O sujeito me abre a porta usando um boné da NRA (a associação de extrema direita americana “National Rifle Association” que novamente numa tradução meio livre significa “caras que não querem você aqui seu estrangeiro nojento”) e tem uma bandeira gigante dos confederados na parede. Esse cara, vamos chamá-lo de Billy Bob (esse obviamente não é seu verdadeiro nome, afinal quero manter minha integridade física por menos íntegro que eu seja) começa a fazer um discurso sobre como os estrangeiros estão destruindo o que há de bom na América e roubando os empregos de bons e puros americanos como ele e eu, isso mesmo ele e EU, eu um cara que tem Silva e Santos no sobrenome um americano!!! Mas também o cara tá acostumado a ver só os mexicanos entregando Pizza e fazendo outros trabalhos chinelos, de repente vê um cara gordo, branco que nem leite usando uns oclinhos, falando um inglês relativamente bom (a maioria dos Entregadores não falam inglês algum), pronto, só faltou me abraçar e me chamar de brother. Depois eu fiquei sabendo que ele estava revoltado com o atendimento que ele recebera da outra brasileira que trabalhava na pizzaria que falava um inglês muito ruim, a Danielba (esse incrivelmente é o seu nome verdadeiro!!!!).
Contrariando o que andou circulando por aí, eu entregava as pizzas inteiras sim senhor!! Nunca entreguei uma pizza que faltasse alguma coisa, às vezes entreguei pizzas com coisas a mais que os clientes não tinham pedido e provavelmente não queriam em hipótese alguma. Mas isso foi só pra eles entenderem que DEVE SE DAR GORJETA AO ENTREGADOR!! Tudo bem aqui no Brasil a maioria dos lugares cobra uma taxa de entrega justamente porque não se dá gorjeta, mas prestem atenção no que eu digo, SEMPRE TRATEM BEM QUEM VAI MEXER NA SUA COMIDA! Parece uma coisa óbvia, mas muito pouca gente o faz. O pior é que eu conheço um monte de gente que quando vai comprar digamos um tênis trata o vendedor tri bem, mas quando vai numa churrascaria trata o garçom que nem merda. Pra mim nessas situações você tem que levar em conta apenas uma simples pergunta: aonde você prefere encontrar um pentelho??? Bom acho que eu sei a resposta. Por isso que eu trate os vendedores que nem merda. O que que eles vão fazer virar pra você e dizer: “ah é então ponha os cadarços você mesmo!!”
Bem antes que eu comece a receber cartas ameaçadoras do sindicato dos vendedores (eu posso até imaginar, “aqui esta seu livro mas SEM O MARCADOR ,hahahaha” ou então “110? 220? Você vai ter que descobrir sozinho, BUAHAHAHA”) vou mudar de assunto. Logo que cheguei lá pensei em ser correspondente internacional do LEIA-ME, mas aí eu comecei a pensar nas conseqüências. Eu provavelmente teria que me mudar pra Nova York, e ter varias discussões exacerbadas com o Arnaldo Jabor, e outros tipinhos “intelectuais-amo o Brazil, mas não moro lá-odeio os americanos, mas vivo aqui-tudo é uma merda, mas não tem problema porque o meu terno é super bacana” que todos nós conhecemos de jornais e da televisão. E o pior, eu teria que usar sempre terno e ter que deixar um rabinho de cavalo.
No mais, eu só gostaria de dizer que é bom estar de volta. E se um dia desses meus textos pararem de aparecer provavelmente é porque eu estou fritando hamburgers na Inglaterra ou fazendo macarrão na Itália. Ou seja, vou estar em algum lugar do 1º mundo mexendo na comida dos outros, BUAHAHAHA!!!!!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Mais um Velho

Mais um da série textos do LEIA-Me


MOCOTÓ
Um dia desses eu fui num almoço na casa de minha Vó e notei um interessante fenômeno. Haviam duas opções de comida: 1) Um suculento arroz com galinha. 2) Mocotó. Isso mesmo, mocotó. Sem mais nem menos. Tão simples que nem um adjetivo ele leva... Quando todo mundo foi se servir que eu notei, havia uma clara distinção entre quem comia o que. Enquanto os jovens se esganavam pelo arroz com galinha, os mais velhos se deliciavam com o mocotó (eu escrevo dessa forma itálica que é pra vocês entenderem a gravidade da coisa. Esse mocotó é quase uma entidade por isso merece o respeito devido). Eu fiquei só cuidando e enquanto nem todos os velhos comiam mocotó, todos os que comiam mocotó eram velhos. Eu achei aquilo estranho, mas nada de extraordinário. Até que meu tio falou: "Bah, e pensar que quando eu era guri não gostava dessa maravilha", claro que por guri ele quer dizer quando ele tinha uns 25 anos. Então de repente, não mais que de repente, tudo fez sentido. Assim como a calvície, o gosto por usar a camisa pra dentro calça e uma predileção por ouvir a Guaíba FM, gostar de mocotó é mais um passo do homem na direção única da vida, em busca do amadurecimento máximo que é a senilidade. Ou seja, é coisa de velho.

A partir dessa dedução eu comecei a divagar, será que isso vai acontecer comigo? E de repente me imaginei com 50 anos, completamente diferente: careca, de óculos, gordo, com a memória ruim, sempre esquecendo o nome dos outros (ahn... tá bom, talvez eu não fique muito diferente). Devorando que nem um animal um belo prato de mocotó, enquanto ouço os clássicos da Guaíba e coço a careca. AAAAHHHHHHH!!!!!!!!!! De uma hora pra outra eu virei meu pai, só que sem a infra! Quando voltei a mim pensei, será? Então olhei para meu primo Felipe, que tem 29 anos, e me assustei ao vê-lo proferir a seguinte frase: "Olha eu não sou chegado a mocotó, mas esse aí tá com uma cara boa!!!!" Convenhamos, nem que tu seja o maior fã de mocotó do mundo e tu esteja comendo o melhor mocotó do mundo, tu nunca vai poder afirmar que esse mocotó tá com uma cara boa, porque mocotó pra ser mocotó tem que ser nojento. Tem que ter a aparência de algo que já foi comido pelo menos umas três vezes, e conseqüentemente descomido outras três.

Chego então a triste conclusão de a passagem do tempo é inevitável, mas não imperceptível. Por isso eu digo quando você sentir aquela vontade comer mocotó, pode ir sintonizando o rádio, e preparando as pantufas porque, a Morte está a caminho. Trazendo uma foice numa mão e um pote com uma meleca cor de vômito na outra. E cuidado, quem sabe qual ela vai usar primeiro.

Textos Velhos

Como eu ando muito ocupado para criar algo original, resolvi desenterrar textos velhos que foram publicados no lendário LEIA-ME.COM, como muitos não conheceram essa época aí esta um deles que tem tudo a ver com o momento. Se lembrem que este texto de ve ter uns 8 anos.

A BAIANIZAÇÃO DO SER

Férias!!! Oba!!! Iupi!!! Puxa!!! Repuxa!!! Essas são as primeiras coisas que vem a cabeça ao pensarmos na dobradinha verão & praia, tudo é alegria e felicidade. Durante dois meses somos livres para fazermos o que quisermos da nossas vidas( isto é para aqueles que como eu, e a maioria dos independentes membros do LEIA-ME, são felizes e ficam na praia sem os pais). Para estes a praia é um paraíso onde o néctar dos deuses é composto por miojo e Coca-Cola e o pecado mortal é comer e não lavar a louça. É nessa época que acontece um interessante fenômeno: a bainização do ser.

Esse fenômeno começa no primeiro dia de férias, o cidadão passa o ano inteiro ralando, seja estudando ou trabalhando, e de repente uma metamorfose começa. O sapato ou o tênis é imediatamente é substituído por Havaianas, calças são trocadas por bermudas, e o cara se larga pra praia seguindo um instinto mais forte que a razão. Instinto esse que o manda ir para Porto Seguro, mas como o cara já virou baiano, ele fica com preguiça e acaba parando em Capão mesmo.
Ao chegar na praia o cara já é um legitimo baiano. O homem que antes era um produtivo membro da sociedade agora só quer saber de praia e festa, e quando não esta em um ou outro em dormir. O cara só não fala óxente porque lhe resta um pouco de macho, digo de gaúcho, na alma que o proíbe de falar cantando.
Certas caracteristicas baianas porém se manifestam no indivíduo, como a alimentação exótica. Alguém aí come em POA o que come na praia? Não. Não dá, a comida da praia é exclusiva e exótica demais para se comer em casa. Única diferença entre a culinária baiana e a praiana, é que eles capricham no tempero, já a gente na maioria das vezes come comida sem gosto. Normalmente a salvação da lavoura é o restinho de gaúcho que manda o cara fazer um churrasco no findi.

Dizem que há casos extremos nos quais o homem deixa de ser gaúcho de fato. Os sintomas são claros, troca-se o chimarrão por água de coco, o CD do Tchê Guri pelo do P.O. BOX, começa achar que o Bebeto joga bola e sente uma estranha vontade de votar no PFL. Nesse estágio a única saída é uma daquelas excursões para Porto Seguro( Excursões essas, criadas por inescrupulosas agencias de turismo que se aproveitam dos doentes ) Depois de viajar 60 horas ouvindo pagode chegar lá e ouvir pagode e axé 24 horas por dia ou o cara volta ao seu juízo normal ou vira baiano de vez. Por isso eu aviso, cuidado com a banalização, digo baianização do ser, você pode ser a próxima vítima.

PS. Eu ouso imaginar uma sociedade utópica onde teremos a gauchização do baiano.