quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Textos Velhos

Como eu ando muito ocupado para criar algo original, resolvi desenterrar textos velhos que foram publicados no lendário LEIA-ME.COM, como muitos não conheceram essa época aí esta um deles que tem tudo a ver com o momento. Se lembrem que este texto de ve ter uns 8 anos.

A BAIANIZAÇÃO DO SER

Férias!!! Oba!!! Iupi!!! Puxa!!! Repuxa!!! Essas são as primeiras coisas que vem a cabeça ao pensarmos na dobradinha verão & praia, tudo é alegria e felicidade. Durante dois meses somos livres para fazermos o que quisermos da nossas vidas( isto é para aqueles que como eu, e a maioria dos independentes membros do LEIA-ME, são felizes e ficam na praia sem os pais). Para estes a praia é um paraíso onde o néctar dos deuses é composto por miojo e Coca-Cola e o pecado mortal é comer e não lavar a louça. É nessa época que acontece um interessante fenômeno: a bainização do ser.

Esse fenômeno começa no primeiro dia de férias, o cidadão passa o ano inteiro ralando, seja estudando ou trabalhando, e de repente uma metamorfose começa. O sapato ou o tênis é imediatamente é substituído por Havaianas, calças são trocadas por bermudas, e o cara se larga pra praia seguindo um instinto mais forte que a razão. Instinto esse que o manda ir para Porto Seguro, mas como o cara já virou baiano, ele fica com preguiça e acaba parando em Capão mesmo.
Ao chegar na praia o cara já é um legitimo baiano. O homem que antes era um produtivo membro da sociedade agora só quer saber de praia e festa, e quando não esta em um ou outro em dormir. O cara só não fala óxente porque lhe resta um pouco de macho, digo de gaúcho, na alma que o proíbe de falar cantando.
Certas caracteristicas baianas porém se manifestam no indivíduo, como a alimentação exótica. Alguém aí come em POA o que come na praia? Não. Não dá, a comida da praia é exclusiva e exótica demais para se comer em casa. Única diferença entre a culinária baiana e a praiana, é que eles capricham no tempero, já a gente na maioria das vezes come comida sem gosto. Normalmente a salvação da lavoura é o restinho de gaúcho que manda o cara fazer um churrasco no findi.

Dizem que há casos extremos nos quais o homem deixa de ser gaúcho de fato. Os sintomas são claros, troca-se o chimarrão por água de coco, o CD do Tchê Guri pelo do P.O. BOX, começa achar que o Bebeto joga bola e sente uma estranha vontade de votar no PFL. Nesse estágio a única saída é uma daquelas excursões para Porto Seguro( Excursões essas, criadas por inescrupulosas agencias de turismo que se aproveitam dos doentes ) Depois de viajar 60 horas ouvindo pagode chegar lá e ouvir pagode e axé 24 horas por dia ou o cara volta ao seu juízo normal ou vira baiano de vez. Por isso eu aviso, cuidado com a banalização, digo baianização do ser, você pode ser a próxima vítima.

PS. Eu ouso imaginar uma sociedade utópica onde teremos a gauchização do baiano.

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