quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Novo Texto Velho Parte II

Jul/00

. . . - Parte II

- Olá!
- Ai, meu Deus, quem diabos é você?
- O próprio. E não precisa chamar a concorrência.
- Como?!
- Mefistófeles, Belzebu, Asteoroth, o Cramulhão.
- Hmmm...?
- O diabo, sua anta, mas pode me chamar de... Padilha.
- Padilha?
- É nome de batismo, coisa da minha tia Lurdes.
- Mas o que eu fiz pra tu vir atrás de mim?
- Nada. Eu só tava querendo bater um papo com alguém e ti vi aí de bobeira
- Mas...
- Mas nada. Vamos tomar uma cerveja que eu tô pagando.
- Desculpe, mas eu não bebo.
- Pô...vai me fazer desfeita. Eu venho lá do quinto dos Infernos pra tomar uma cervejinha e tu me diz não?!
- Tá bom... só uma então.
- Aí! Assim é que se fala.
- Ô Diabo...
- Diabo não... Padilha. Afinal nós não estamos falando profissionalmente.
- Tá. Padilha, me diz uma coisa, tu é mesmo responsável por tudo de ruim que tem no mundo?
- Boa parte.
- A AIDS é coisa tua?
- Aham.
- O câncer?
- É.
- As guerras?
- Também.
- O programa da Ana Maria Braga?
- Não, não. Aí já pega pesado demais. Eu posso ser o Diabo, mas eu ainda tenho bom gosto. Isso é coisa da concorrência.
- Deus?
- Não. Roberto Marinho.
- Ah!
- Aí, meu véio, saca aquelas mina dando mole pra nós. Vamos lá.
- Não posso. Eu sou casado.
- E daí? Qualquer coisa eu falo pra tua mulher que eu te levei pra danação eterna ou algo do gênero.
- E ela vai acreditar?
- Esqueceu que eu sou o príncipe das mentiras? Deixa na minha que eu te livro.
- Então vamos.
- Ih! Sujou! Olha os namorados das minas.
Quinze minutos e muitas onomatopéias depois...
- Uhu! Cagamos os caras a pau. Tu luta muito, meu véio.
- Bondade sua Dia... digo, Padilha.
- Quê isso! Tu acabou com eles usando essa direita aí.
- Tu que arrasou com eles, quando tu mandou aqueles demônios inferiores lançarem chamas infernais na alma deles. Toque de mestre.
- E olha que eu tô meio fora de forma, depois dos 4000 anos é difícil manter.
Quarenta minutos e muitas cervejas depois...
- Pô, meu. Tu é gente finíssima, e digo mais: O PADILHA É UM BOM COMPANHEIRO, O PADILHA É UM BOM COMPANHEIRO...
- Ah, pára com isso senão eu vou chorar. Tu é o melhor amigo que eu tenho desde Átila, o Huno.
- VIVA O DIABO!!! ÊÊÊ... VIVA O DIABO!!!!
- Tá, chega disso que tá na hora de a gente ir embora.
- Como assim a gente ir embora?
- É que tu vai embora comigo.
- O quê?!
- É que tu vai morrer daqui a alguns minutos e eu vou levar a tua alma.
- Mas por quê? Eu sempre fui um homem tão bom, nunca fiz nada de errado.
- Nunca fez nada? Eu te conheço há apenas uma hora e já vi tu beber, cobiçar a mulher do próximo, trair a tua esposa, usar de violência e, pior, louvar o nome do Diabo.
- Mas...
- Mas nada! Vamos logo pra não perder a carona.
- ...

Novo Texto Velho

Mais um texto do tempo do finado LEIA-ME.


Abr/00

. . . - Parte I

- Rogério?
- Que?
- E aí, que tal?!
- Foi estranho. Sei lá.
- Foi horrível, né?! Eu sabia que a gente não devia inventar essas modas, a essa altura do nosso casamento.
- Você que inventou essa história de "quebrar a rotina do sexo com brinquedinhos".
- E você topou na hora, né?! Hein?! Hein?! Eu falei da coleira de couro e da calcinha sabor Coca-Cola e tu ficou todo animadinho, né?! Hein?! Hein?!
- É, e você lá em cima?! Teve momentos em que tu nem me olhava, ficava toda concentrada no poodle de piercing e na lanterna fluorescente.
- E tu, Rogério, acha que eu não vi o jeito que tu olhava para o porquinho-da-Índia?
- Sua devassa! Piranha!! Ordinária!!
- Seu tarado! Pervertido!! Obsceno!!
- Hein?!
- Hein?!
- Hein?!?!
- Hein...
- Então tá.
- É...
- Pois é...
-...
-...
-... quer ver a fita de vídeo?
- Quero. Mas sem slow motion, certo?
- Então vamo.
- Querido, só mais uma coisinha, e pra amanhã?
- Já encomendei o Vapporeto e reservei o pônei com sela de veludo, e mandei aumentar a potência da bateria. Ah, e o anão topou!
- Iupi!!!